Você já ouviu falar no Seed Cycling? Essa prática tem ganhado espaço entre mulheres que buscam uma alternativa natural para equilibrar os hormônios femininos, especialmente os relacionados ao ciclo menstrual. Também conhecido como ciclo de sementes, o Seed Cycling propõe o rodízio de sementes específicas ao longo das duas fases do ciclo menstrual, a folicular e a lútea, para ajudar na regulação do estrogênio e da progesterona. Mas será que essa técnica realmente traz benefícios comprovados para a saúde feminina?

O ciclo feminino é influenciado por diversos fatores internos e externos, e os hormônios desempenham um papel crucial tanto na regulação do ciclo menstrual quanto no bem-estar geral da mulher. Muitas procuram soluções naturais para aliviar sintomas comuns como a TPM, acne, ou até mesmo para lidar com questões mais complexas, como a síndrome do ovário policístico (SOP) e a infertilidade. Nesse contexto, o Seed Cycling aparece como uma promessa de equilíbrio hormonal por meio da alimentação. Mas qual a ciência por trás disso? Vamos explorar detalhadamente esse protocolo e verificar o que a pesquisa científica tem a dizer.

O que é Seed Cycling e como funciona?

O Seed Cycling, ou ciclo de sementes, é um método que sugere o consumo rotativo de quatro tipos de sementes durante as fases do ciclo menstrual para auxiliar na modulação dos níveis hormonais femininos. As sementes utilizadas são: linhaça, abóbora, girassol e gergelim. Cada uma delas seria consumida em um período específico do ciclo para influenciar a produção e o metabolismo dos principais hormônios envolvidos no ciclo menstrual, o estrogênio e a progesterona.

O protocolo divide o ciclo menstrual em duas fases principais. A primeira é a fase folicular, que se inicia no primeiro dia da menstruação e dura até aproximadamente o 14º dia em um ciclo típico de 28 dias. Nesta fase, a concentração de estrogênio predomina e a proposta é consumir:

Após a ovulação, que ocorre por volta do 14º dia, inicia-se a fase lútea, dominada pela produção de progesterona. Nesta fase, indica-se consumir até o início da próxima menstruação, aproximadamente do 15º ao 28º dia:

Como consumir as sementes? Dicas práticas

Para potencializar os possíveis benefícios, recomenda-se que as sementes sejam consumidas cruas, trituradas ou moídas na hora, podendo também ser utilizadas torradas ou deixadas de molho. A melhor forma de armazenamento é em recipiente de vidro escuro, guardado na geladeira ou freezer, para evitar a oxidação e a perda dos nutrientes sensíveis, como os ácidos graxos essenciais presentes nas sementes.

Muitas mulheres adicionam as sementes em preparações diárias, como saladas, iogurtes, vitaminas, granolas, pães caseiros, ou até mesmo polvilham em sopas e molhos, tornando o consumo mais prático e saboroso.

Seed Cycling em diferentes contextos: menopausa e anticoncepcionais

O ciclo de sementes é especialmente pensado para mulheres com ciclo menstrual regular, pois utiliza as fases do ciclo para organizar a ingestão das sementes. Mas o que acontece quando o ciclo não é regular, como na menopausa, ou quando o uso do anticoncepcional altera o padrão hormonal?

Tempo de uso recomendado e expectativas de resultados

Quem recomenda o Seed Cycling sugere que a prática seja mantida por pelo menos três ciclos menstruais consecutivos para que seja possível observar alguma mudança nos sintomas hormonais ou no equilíbrio geral. Caso os sintomas de desequilíbrio persistam, é importante buscar a avaliação de um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.

A evidência científica por trás do Seed Cycling

Quando olhamos para a pesquisa, não encontramos estudos clínicos robustos que avaliem diretamente o protocolo completo do Seed Cycling, envolvendo as quatro sementes e o rodízio sincronizado com as fases do ciclo menstrual. A literatura científica atual ainda é limitada e se concentra geralmente nos benefícios isolados de algumas das sementes ou de seus componentes nutricionais.

Por exemplo, alguns estudos exploram o papel da linhaça, que é rica em lignanas, um tipo de fitoestrógeno, e do seu potencial efeito modulador do estrogênio, especialmente na saúde da mama e menopausa. Já a semente de abóbora contém nutrientes como o zinco e ácidos graxos essenciais que podem colaborar na síntese hormonal e na saúde geral.

Além disso, a semente de girassol é fonte de vitamina E e selênio, componentes importantes na manutenção da saúde ovariana e anti-inflamatórios. O gergelim apresenta lignanas diferentes das da linhaça e boa concentração de minerais que também participam da modulação hormonal. No entanto, o consumo isolado desses alimentos não foi vinculado diretamente ao controle hormonal por meio de estudos científicos metodologicamente sólidos que aplicam o Seed Cycling.

De forma geral, os benefícios atribuídos ao Seed Cycling baseiam-se mais em evidências tradicionais, anedóticas ou extrapolações dos compostos encontrados nas sementes, e não em estudos clínicos dedicados ao protocolo em si.

Compostos ativos e propriedades nutricionais das sementes

Quais benefícios reais podemos esperar?

Mesmo sem o suporte científico direto para o Seed Cycling, inserir essas sementes na alimentação diária garante diversos benefícios nutricionais à mulher. São alimentos naturais que fornecem:

Assim, mesmo que o protocolo em si não tenha comprovação científica sólida, o consumo das sementes ainda é uma prática saudável dentro de um padrão alimentar equilibrado.

Quais limitações e cuidados são importantes considerar?

O diálogo com profissionais de saúde sempre será a melhor estratégia para entender as necessidades individuais e como integrá-las de forma segura e eficaz.

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